SATISFAÇÃO PESSOAL X RETORNO FINANCEIRO

Na minha vida eu não sei o que é ser funcionária de alguém. Minha vida profissional nunca foi planejada. Eu sonhava e planejava ser bióloga e viver viajando e fazendo pesquisa. Até me dar conta de que isso entrava em conflito com o meu ideal de família e que talvez fosse bem compicado conciliar a “carreira” com ter uma família onde a presença e atuação dos pais fossem determinantes.

E então eu desisti de ser bióloga para ser mãe, mesmo antes de estar grávida.

Eu casei cedo (18 anos) e minhas primeiras atividades profissionais foram ao lado de Eder ajudando ele.  Eu não sabia muito bem o que eu pretendia pra minha vida em relação à trabalho e seguia ajudando a construir algo nosso e trabalhando com ele muito mais por acreditar na força do trabalho em família ( e ter isso como referência) do que por gostar do que fazia. Não que eu não gostasse ou que fosse feito com pesar, mas eu só descobriria o que é amar o que se faz, anos depois. Só hoje, fazendo algo que eu verdadeiramente amo é que consigo ter essa visão mais abrangente.

Trabalhamos com serviços na area de informática, depois vendas de peças e computadores, até entrar no ramo de fotografia e desenvolvimento de plataformas web. Nenhuma das áreas que trabalhei  tive insatisfação ou trabalhei sem gostar apenas pra ganhar dinheiro. Mas a motivação principal era essa: trabalhar para ganhar dinheiro.

Até que um dia, eu decidi inverter a situação e colocar a satisafação pessoal em primeiro lugar e o ganhar dinheiro como consequência disso. E nasceu a La Pomme. Tá, não foi assim simples, não foi com um estalo de dedo, não é fácil, exigiu amadurecimento. A La Pomme nasceu de fato em 2010, mas acredito que tudo que vivi de 2003 até 2009 foi uma espécie de preparação e “gestação” para que ela acontecer.

A escolha por trabalhar com algo que me motivesse, um trabalho pelo qual eu tivesse paixão era bem despretensiosa, inicialmente eu queria ter um trabalho paralelo que suprisse essa vontade de trabalhar muito mais pelo prazer que pelo retorno financeiro. A minha surpresa é que deu certo e em pouco tempo. Inevitavelmente chegou o momento em que tivemos que escolher.
entre a satisfação e o “dinheiro”.
Nosso trabalho principal (com fotografia) nos dava uma certa tranqulidade financeira, coisa que a La Pomme ainda não proporcionava, até porque era um trabalho secundário e recente, pra se tornar trabalho principal precisariamos abrir mão da tranqulidade financeira por um tempo, nos privar de coisas que era corriqueiras, ter menos horas de sono e muito mais trabalho.

Os custos para manter a La Pomme funcionando e o tempo que temos que dispor são bem maiores do que quando faziamos apenas fotografia. Mas só quem coloca a satisfação pessoal na frente do retorno financeiro pode entender o quão gratificante isso pode ser, mesmo exigindo um tanto mais de você.

No dia que desativei completamente meu estúdio (no início desse ano) senti uma sensação de alívio e realização inexplicáveis.
(Só esclarecendo eu amo fotografar, mas minha relação com fotografia é muito pessoal e autoral. A fotografia com a qual ainda trabalhamos, mas em menor escala é algo bem comercial)

Não posso negar, nem deixar de enfatizar que ter ao meu lado um marido que sempre acreditou em mim fez toda diferença. Até porque ele fez muito mais que acreditar em mim, ele segurou minha mão o tempo inteiro e muitas vezes me carregou no colo para não me deixar desistir!

Hoje eu tenho clientes que viraram amigos, há emoção, sentimento e troca todos os dias porque os clientes sentem que há algo além da relação comercial.
Eu vejo diante dos meus olhos e através das nossas mãos acontecer algo pelo qual sou apaixonada: ver materiais diversos se transformarem em objetos úteis. Consigo passar pra minha filha essa noção de dedicação e retorno, tanto que ela se sente parte de tudo isso e ama o meu trabalho, mesmo sendo ele o motivo de muitas vezes não poder lhe dar atenção, mas também é ele que me permite estar mais próxima dela.

Hoje quando leio textos e vejo vídeos que falam sobre escolher fazer o que ama e fazê-lo bem que o retorno fincanceiro será consequência, eu entendo que é possível e que é verdade! Sonhos podem se tornar realidade! Portanto, se você tem um, mas tem medo de lutar por ele, acredite, ele pode dar certo e você só saberá se tentar! Não basta acreditar. Levanta a poupança da cadera e vá atrás de realizar, planeje, pesquise, faça, experimente!

Gostaram de saber um pouco da minha história? Acho que vou fazer isso aqui mais vezes.
E você ama o que faz?

esse post foi publicado originalmente no antigo blog: as peripécias de eva agora ele compõe o acervo/arquivo de evinha c!

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